1. Bem estar animal:
O bem-estar é uma característica de um animal, não é algo que possa ser fornecido a ele; assim, a ação humana pode melhorar o bem-estar animal, mas não se pode considerar bem-estar o fato de se proporcionar ao animal um recurso ou uma ação. O bem-estar pode variar entre muito ruim e muito bom. Não se pode simplesmente pensar em preservar e garantir o bem-estar, mas sim em melhorá-lo ou assegurar que ele seja bom. Atualmente diversas pesquisas têm demonstrado que o bem-estar animal pode ser medido cientificamente, independentemente de considerações morais; assim, a medida e a interpretação do bem-estar devem ser objetivas.
Há vários recursos e estímulos necessários para que os bovinos se encontrem em condições de bem-estar, como:
Existem particularidades que definem os graus de necessidades para cada um desses recursos, dependendo das características genéticas e ambientais, como, por exemplo, a necessidade de sombra, que vai depender da capacidade de adaptação do animal ao calor.
Portanto, os maiores riscos para a diminuição do bem-estar dos bovinos decorrem da ausência ou da deficiência de um ou mais recursos necessários, resultando no aumento da competição entre os animais, com prejuízos óbvios para os submissos.
É responsabilidade de quem cuida dos animais o atendimento dessas necessidades, garantindo boas condições de vida, por meio de ações de manejo adequadas.
Ainda hoje é comum encontrarmos bovinos que são manejados com gritos, pancadas, uso de ferrão ou de choque; além dessas, há práticas de manejo bastante aversivas, como a marcação e a castração. Ações aversivas e necessidades não atendidas geralmente conduzem a respostas negativas, com o aumento do nível de medo dos animais em relação aos humanos, dificultando o manejo e resultando em estresse agudo ou crônico. Esses fatores combinados podem resultar em queda na produtividade e na qualidade dos produtos.
2. Manejo racional
O manejo racional é o uso dos conhecimentos sobre a fisiologia e o comportamento animal nas práticas realizadas com os bovinos.
Na adoção do manejo racional dos bovinos, é fundamental que as pessoas envolvidas disponham de três condições básicas:
1) assumam atitude humanitária, reconhecendo-os como seres sencientes – que são capazes de sentir – e respeitem essas características;
2) conheçam o comportamento dos animais, tendo isso em conta no desenvolvimento das técnicas de criação e de manejo;
3) tenham responsabilidade na execução das ações de manejo, reconhecendo as situações que colocam o bem-estar dos animais em risco e buscando alternativas para evitá-las ou minimizá-las.
É fundamental aplicar o manejo racional nas ações rotineiras com o gado, no transporte e no abate. Com isso, será possível reduzir prejuízos, como animais feridos, redução no ganho de peso, perda da qualidade da carcaça, acidentes, entre outros.
A mesma estratégia tem sido adotada para o desenvolvimento e implementação de boas práticas de manejo, envolvendo outros processos que integram a rotina de trato dos bovinos nas fazendas e nos frigoríficos. Com isso, proporcionam aos bovinos e às pessoas que com eles trabalham melhores condições de vida, com reflexos positivos na lucratividade do negócio da carne.
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Referências bibliográficas:
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Democratizar a tecnologia levando alta lucratividade para pequenos, médios e grandes produtores rurais.