Como Reduzir a Pegada de Carbono em Fazendas Leiteiras?

September 18, 2024

Estratégias Inovadoras para uma Pecuária Mais Sustentável.



A produção de leite é essencial para a alimentação global, mas também contribui para as emissões de carbono. Para garantir a sustentabilidade e reduzir o impacto ambiental, é fundamental adotar práticas e tecnologias que minimizem a pegada de carbono. Neste post, exploraremos como classificar as fazendas quanto à sua pegada de carbono, os impactos econômicos dessa pegada, e as melhores práticas e tecnologias para melhorar a eficiência e reduzir as emissões.


01. Classificação das Fazendas por Nível de Pegada de Carbono

02. Influência do manejo de pastagens

03. Impactos Ambientais e Econômicos da Pegada de Carbono

04. Tecnologias e Manejos para Melhorar a Sustentabilidade

05. Uso de Algas Vermelhas na Alimentação Animal

06. Exigências Globais e Tendências


1. Classificação das Fazendas por Nível de Pegada de Carbono


As fazendas leiteiras podem ser classificadas em três níveis, dependendo da quantidade de pegada de carbono por litro de leite produzido. Esses níveis são baseados nas práticas adotadas e tecnologias disponíveis:


  • Alta Pegada de Carbono: Fazendas com pegada de carbono acima de 1.500 kg de CO₂ equivalente por 1.000 litros de leite. Essas fazendas frequentemente enfrentam desafios como pastagens de baixa qualidade, alimentação inadequada e manejo ineficiente dos dejetos.
  • Média Pegada de Carbono: A pegada de carbono dessas fazendas varia de 800 a 1.500 kg de CO₂ equivalente por 1.000 litros de leite. Estas fazendas já adotaram algumas práticas de redução, mas ainda têm potencial para melhorias significativas, especialmente no manejo dos dejetos e na nutrição.
  • Baixa Pegada de Carbono: Fazendas que mantêm a pegada de carbono abaixo de 800 kg de CO₂ equivalente por 1.000 litros. Isso é alcançado através de tecnologias avançadas, como a inclusão de aditivos na alimentação e o uso de biodigestores para o tratamento de dejetos.


2. Influência do Manejo de Pastagens


Os cuidados com pastagens desempenham um papel crucial na redução da pegada de carbono. Pastagens bem manejadas podem melhorar a captura de carbono no solo, reduzir a erosão e aumentar a eficiência das vacas. A rotação de pastagens e o uso de espécies forrageiras adequadas são práticas que ajudam a manter a saúde do solo e a reduzir as emissões. Investir em tratos adequados, como nutrição avançada e controle de invasoras contribui para um melhor crescimento das pastagens e, consequentemente, para a redução da pegada de carbono.


3. Impactos Ambientais e Econômicos da Pegada de Carbono


A pegada de carbono de uma fazenda leiteira não se limita apenas ao efeito no clima. A alta pegada de carbono também pode aumentar os custos de produção. Fazendas de alta pegada costumam ser menos eficientes, demandando mais recursos para produzir a mesma quantidade de leite. Isso afeta diretamente a lucratividade da operação e prejudica a imagem do produtor em um mercado cada vez mais atento às questões de sustentabilidade.


Por outro lado, fazendas que reduzem sua pegada de carbono tendem a ser mais eficientes, com uma melhor gestão dos recursos naturais e menor desperdício. Isso pode representar economia de insumos como ração e energia, além de possibilitar a venda de créditos de carbono em mercados que remuneram produtores por práticas sustentáveis.


4. Tecnologias e Manejos para Melhorar a Sustentabilidade


Diversas tecnologias e práticas de manejo podem ser implementadas para reduzir a pegada de carbono de uma fazenda leiteira. O uso de biodigestores para capturar e tratar o metano emitido pelos dejetos é uma dessas soluções. Os biodigestores convertem o esterco em biogás, uma fonte de energia renovável que pode ser utilizada na própria fazenda, diminuindo os custos energéticos e o impacto ambiental.


Outro ponto crucial é o manejo do solo e das pastagens. Práticas como a rotação de pastagens e o plantio de espécies forrageiras que ajudam no sequestro de carbono podem contribuir significativamente para reduzir as emissões. Além disso, o investimento em tecnologias de precisão para monitorar o uso de água, energia e insumos também pode aumentar a eficiência da produção e reduzir o impacto ambiental.


5. Uso de Algas Vermelhas na Alimentação Animal


Uma das inovações mais promissoras no campo da alimentação animal é o uso de algas vermelhas. Estudos mostram que incluir espécies de algas vermelhas como a Kappaphycus alvarezii na dieta das vacas pode reduzir a pegada de carbono em até 90%. Isso ocorre porque essas algas atuam diretamente no processo digestivo, inibindo a produção de metano no rúmen dos ruminantes. No Brasil, a Kappaphycus alvarezii já é cultivada no sudeste e no sul do país e representa uma possível solução eficaz e acessível para os produtores locais que desejam reduzir suas emissões.


Além de ser uma alternativa natural, o uso de algas vermelhas não afeta negativamente a produtividade das vacas. Pelo contrário, essas algas contribuem para uma melhor digestão, o que pode resultar em ganho de peso e aumento da produção de leite, trazendo benefícios tanto para o meio ambiente quanto para a economia da fazenda.


6. Exigências Globais e Tendências


Com a crescente preocupação global com as mudanças climáticas e a sustentabilidade, muitos países, especialmente os Estados Unidos e países da Europa, estão começando a implementar exigências rigorosas para a redução da pegada de carbono na agricultura. Estas exigências incluem metas de redução de emissões, relatórios obrigatórios de pegada de carbono e incentivos para práticas sustentáveis.


Nos Estados Unidos, políticas federais e estaduais estão promovendo iniciativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa na agricultura, com foco em práticas como a melhoria do manejo dos dejetos e a adoção de tecnologias limpas. Na Europa, a União Europeia estabeleceu metas ambiciosas para a neutralidade de carbono, incentivando a transição para uma agricultura mais sustentável e oferecendo subsídios para tecnologias verdes.


Essas exigências estão pressionando os produtores a adotar práticas mais sustentáveis e a investir em tecnologias que minimizem o impacto ambiental. Adaptar-se a essas novas normas não só ajuda a mitigar o impacto ambiental, mas também pode abrir novas oportunidades de mercado e melhorar a competitividade no cenário global.





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Fontes:


https://www.milkpoint.com.br/v2/videos/sustentabilidade/pegada-de-carbono/como-reduzir-as-emissoes-de-uma-fazenda-leiteira?tempo=30&acao=9c8f18ab-d329-433d-9158-e7b29254661d


https://forbes.com.br/forbesagro/2021/11/gado-alimentado-com-algas-marinhas-se-torna-90-menos-gasoso-e-isso-e-bom-para-o-planeta/


https://digital.agrishow.com.br/sustentabilidade/presenca-de-algas-marinhas-na-dieta-de-animais-reduz-producao-de-metano

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