01. Introdução
02. Condições Meteorológicas e Desconforto Térmico
03. Impacto Regional do Desconforto Térmico
04. Estimativas de Queda na Produção de Leite
05. Importância do Conforto Térmico para a Produção de Leite
06. Conclusão
01. Introdução
No outono de 2024, a produção leiteira do Rio Grande do Sul enfrentou sérios desafios devido a uma combinação de eventos climáticos adversos. A catástrofe climática de maio, associada a elevadas amplitudes térmicas e alta umidade relativa do ar, resultou em desconforto térmico significativo para os animais, conforme documentado no Comunicado Agrometeorológico 71 - Especial Biometeorológico Outono 2024, publicado pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
01. Condições Meteorológicas e Desconforto Térmico
As enchentes de maio não apenas causaram a morte de animais, mas também interromperam a coleta e comercialização do leite devido à impossibilidade de ordenha e falta de acesso às propriedades. Além desse desastre, o período de outono apresentou elevadas amplitudes térmicas e umidade do ar, causando desconforto significativo aos animais, especialmente no mês de março. O Índice de Temperatura e Umidade (ITU) foi utilizado para documentar essas condições, revelando que apenas 49,7% do mês de março ofereceu conforto térmico aos animais, com 6,6% do mês apresentando condições perigosas à vida dos mesmos.
02. Impacto Regional do Desconforto Térmico
A região de São Borja/Baixo Vale do Uruguai registrou o menor percentual de horas de conforto térmico no trimestre (28,9%), com cinco municípios apresentando valores inferiores a 40% em março. Em abril, apenas três municípios registraram percentuais inferiores a 60%, enquanto em maio, todas as regiões superaram 80% de horas em conforto térmico. Estes dados destacam a variação regional significativa nas condições de bem-estar animal e suas implicações na produção leiteira.
03. Estimativas de Queda na Produção de Leite
As condições meteorológicas adversas no outono de 2024 resultaram em quedas significativas na produção diária de leite, especialmente para vacas de alta produtividade. Em março, vacas com produção diária de 20 quilos em Campo Bom e Uruguaiana perderam cerca de 3,9 quilos de leite por dia, enquanto em Santa Maria a perda foi de 4 quilos por dia em maio.
Para vacas produzindo 25 a 40 quilos diários, as perdas variaram de 2,4 quilos (Vacaria, maio) a 6,9 quilos (Santa Maria, maio). 10 dos 16 municípios avaliados registraram quedas superiores a 6 quilos diários para vacas com produção média de 40 quilos em março, quando o percentual de horas de conforto térmico foi menor.
04. Importância do Conforto Térmico para a Produção de Leite
O conforto térmico é crucial para a produção eficiente de leite, pois condições de estresse térmico afetam diretamente o bem-estar e a produtividade dos animais. As elevadas temperaturas e umidade relativa do ar podem levar a uma redução na ingestão de alimentos, alterações no metabolismo e aumento na incidência de doenças, impactando negativamente a produção leiteira. Portanto, monitorar e gerenciar o ambiente térmico das vacas é essencial para minimizar perdas e manter a viabilidade econômica da bovinocultura de leite.
05. Conclusão
As condições climáticas adversas no outono de 2024, exacerbadas pela catástrofe climática de maio, tiveram um impacto significativo na produção leiteira do Rio Grande do Sul. A combinação de enchentes, elevada umidade relativa e grandes amplitudes térmicas causou desconforto térmico nos animais, resultando em perdas substanciais na produção de leite. Esses eventos destacam a importância de medidas de manejo adequadas para mitigar os efeitos do estresse térmico e proteger a produção leiteira em face de condições meteorológicas extremas.
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Fonte:
Democratizar a tecnologia levando alta lucratividade para pequenos, médios e grandes produtores rurais.